sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A festa

Fim do dia.

Estávamos indo para casa, eu e Gato.

No caminho, reencontrei um velho amigo, um japonês doido.

Não sei por que, mas todo japonês ou é muito certinho, ou é completamente doido.

Não existe meio termo.

E este, o Japa, era dos mais doidos.

- E aí, Japa? Que me contas?

- Opa Rattis, beleuzas?

- Tranqüilo, e tu? Fazendo o que por aqui?

- Ah, tô só de rolê, nada pra fazer...

- Vamos lá em casa? – Convidei.

- Então, na real só tô esperando uma amiga, a Chita Polar, lembra dela?

- Lembro, lembro sim. Esperando pra quê?

- Vai rolar uma festinha, vamos pra lá?

- Nem, vou pra casa, nem curto este tipo de festa, todo mundo muito doido, tecneira no máximo, tô fora. E tenho que cuidar de Gato.

- Gato? Que gato?

- Este aqui. – E apontei para Gato, que pra variar, abanava o rabo, na maior alegria.

- Como Gato? Isto é um cachorro, porra!

- Mas o nome dele é Gato, oras pitangas!

- Que nome mais curioso para um cachorro....

- Pois é, um dia te conto por que o chamo de Gato.

Um ruído repentino, parecia som de festa de veado.

Era o celular do Japa.

Lá ia ele, todo alegrinho, encontrar a gata.

Despedi-me dele, e fui para casa providenciar o almoço.

No caminho, fui lembrando de uma balada dele, com uma galera.

Não lembro como, mas a certa altura de uma festa, o Japa, bem doido, sumiu.

Havia sido expulso, estava atormentando todo mundo.

Foi parar num matagal, próximo ao local da festa, mas do lado de fora da propriedade.

Se fosse só um matagal, tudo bem, mas não.

Era um pântano.

E o Japa mergulhou no pântano.

Depois tentou retornar à festa.

Os seguranças não deixaram, o cara estava totalmente emporcalhado.

E quem disse que ele se incomodou?

Encontrou outro maluco, que também tinha sido expulso do evento.

Para resumir, o resto da galera encontrou os dois, num morrinho próximo, de onde se podia escutar o som da festa.

Dançando.

Ambos estavam dançando, na maior alegria.

E cheirando Rexona.

Desodorante.

Pelo que me contaram, os dois cheiraram um tubo inteiro, voltaram rindo, rescendendo a perfume, por dentro e por fora.

E depois eu que sou louco de chamar meu cachorro de Gato.

Mas quase todos meus amigos são meio doidos.

E este não era exceção.

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